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Private equity registra acúmulo de caixa: entenda o cenário atual e as perspectivas para 2024

Especialista analisa período mais complexo para captação de recursos no setor e como superar os desafios

Autor: Pamela GamaFonte: A Autora

As gestoras de private equity estão passando por um dos melhores cenários já vistos — e também um dos mais difíceis. Conforme demonstram os dados da S&P Global Market Intelligence, o setor conta com um acúmulo de US$ 2,59 trilhões em caixa, de maneira que as organizações estão tendo dificuldades para encontrar opções de saída de investimentos e abrir espaço para investir em novos.

Com uma janela pequena para os IPOs e um cenário adormecido para negociar ativos, o acúmulo se torna um problema frente à necessidade de buscar opções de saída de investimentos. Segundo dados da Bain & Co., o volume de desinvestimentos concluídos por gestora de private equity no último trimestre de 2023 se aproximou do menor registrado em uma década — colaborando para o cenário problemático.

Segundo o Wall Street Journal, um dos principais periódicos sobre economia do mundo, este é o período mais complexo para captação de recursos no setor, desde a crise financeira em 2007, e “provavelmente continuará”. Para Jennifer Chen, CEO da JC Capital e especialista em captação de investimentos, é importante ficar atento às movimentações do mercado.

Para os grandes investidores institucionais, a situação causa grande frustração, visto que injetaram somas consideráveis para financiar novos acordos no mercado. No entanto, segundo Jennifer, o pior já passou. “Considerando que as taxas de juros dos Estados Unidos chegaram ao seu pico nos últimos meses, a previsão é que muitos acordos sejam concluídos neste primeiro semestre, viabilizando novas oportunidades para o mercado”, afirma.

É interessante notar que, segundo Jennifer Chen, a perspectiva é otimista, indicando que o pior período para os grandes investidores institucionais pode ter passado. A estabilização das taxas de juros nos Estados Unidos nos últimos meses pode impulsionar a conclusão de acordos no primeiro semestre, criando oportunidades renovadas no mercado. Ficar atento a essas mudanças e ajustar estratégias conforme a evolução do cenário econômico pode ser crucial para aproveitar essas novas oportunidades.

Perspectivas para o setor

Após anos de incerteza com a pandemia, o mercado de private equity finalmente dá início ao seu período de recuperação. O acúmulo de capital é uma das provas de que os esforços das grandes gestoras em proteger seus ativos e tomar decisões estratégicas funcionou ao longo do ano e agora precisa enfrentar novos desafios.

No mercado internacional, isso significa investir em estratégias como as “transações estruturadas”, a partir de acordos similares às operações de dívidas. O formato inclui métricas de outro método, conhecido como earn-out, o qual prevê o pagamento adicional caso o negócio tiver um desempenho melhor do que o esperado.

Outras medidas utilizadas incluem medidas para adiar pagamentos pelos compradores, a manutenção de grandes investimentos para concluir negócios e as separações corporativas — envolvendo a aquisição, por parte de uma empresa de private equity, de uma linha de negócios de uma grande corporação.

Já no Brasil, a economia viu uma melhora com a queda dos juros e, em especial, com a sinalização de que a carga tributária para o setor não terá aumento, mediante a aprovação da Reforma. Dessa maneira, o país começou a ganhar mais espaço entre os players internacionais, principalmente frente ao cenário cada vez mais restrito para a China. “Monitorar de perto as tendências de mercado, as estratégias de captação e as movimentações econômicas pode ser crucial para adaptar-se a este período desafiador”, conclui, Chen.

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