Notícias
Volatilidade do mercado: carteira diversificada para solidez nos investimentos
Amealhar recursos para assegurar seu patrimônio não é o único desafio do brasileiro que prioriza a segurança e quer tornar real alguma meta, como adquirir um imóvel, por exemplo
Amealhar recursos para assegurar seu patrimônio não é o único desafio do brasileiro que prioriza a segurança e quer tornar real alguma meta, como adquirir um imóvel, por exemplo. Optar por um investimento que proteja o montante da volatilidade do mercado, provocada por fatores internos e externos, é igualmente importante.
No Brasil, o mercado repercute os direcionamentos do novo governo em relação ao risco fiscal e à independência do Banco Central. O cenário internacional também está no radar. Recentemente, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que, caso a economia dos Estados Unidos continue dando sinais fortes, o Fed terá de seguir elevando as taxas de juros no país.
Diante disso tudo, o que o investidor pode fazer para resguardar sua poupança, diante da manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano? Em primeiro lugar, dica de 10 em cada 10 especialistas é diversificar o investimento.
É que isso ajuda a reduzir os riscos de uma carteira. Tipos diferentes de investimentos costumam oscilar, cada um de uma maneira. Quando um está em queda, outros podem registrar ganhos. Entre as opções de ativos no mercado estão a renda fixa (a queridinha do momento, por conta das altas taxas de juros), as ações, os imóveis e os fundos imobiliários, entre tantos outros.
É preciso que a pessoa conheça a fundo seu perfil. Há o conservador e o ousado e ainda o que fica no meio desse caminho. Com a resposta, ficará mais fácil fazer a opção.
Ampliar horizontes
O investidor também pode abrir o leque para o investimento no exterior, como forma de diversificar o risco Brasil na carteira. Algumas pessoas, por não conhecerem bem os caminhos, ainda ficam em dúvida em admitir essa possibilidade.
Mas há vantagens, como ficar exposto às moedas fortes e existirem, lá fora, mais alternativas para se aplicar e, um ambiente competitivo e propício a fazer negócios. Com isso, o risco tende a ser menor.
Em 2022, a compra de títulos de renda fixa no exterior por brasileiros chegou a um saldo líquido de US$ 4,7 bilhões, um aumento de 450% em relação ao volume de US$ 862 milhões registrado em 2021. É importante ressaltar que a renda fixa oferece retorno aproximado de 4% a 5% em dólar.
Os investidores também fizeram um saque líquido de US$ 5,8 bilhões em fundos de investimentos internacionais no ano passado, contra aporte líquido de US$ 10,2 bilhões verificado em 2021.
Ter um portfólio diversificado com investimentos em países distintos, além de aproveitar as oportunidades mais lucrativas de cada local, protege o investidor contra grandes riscos e torna seu portfólio mais seguro e sólido. Atualmente, qualquer um pode investir no exterior. É uma prática e uma tendência que não envolve grandes segredos.
São vários os caminhos para o brasileiro que quer ampliar horizontes financeiros. Os imóveis, sempre lembrados quando se quer segurança nos investimentos, em tempos difíceis, está entre os principais.
As famílias brasileiras mais endinheiradas já têm uma parcela do patrimônio em imóveis fora do Brasil e essa é uma aposta crescente. Uma das tendências que tem ganhado força é unir propriedades com potencial de gerar receitas com aluguel e que possam ser usadas nos períodos de férias.
Dentre as modalidades do setor, há os fundos de investimento imobiliário. Os fundos de tijolo podem ser considerados como alternativas para os que estão interessados em imóveis físicos: propriedades que podem estar em áreas urbanas ou rurais, comerciais ou residenciais. Nesse contexto entram edifícios ou casas para famílias, shoppings ou lajes corporativas.
Já que o investidor terá direito a um “pedacinho” dos imóveis, o fundo de tijolo possibilita o investimento em vários imóveis físicos ao mesmo tempo.
Os FIIs normalmente tem correlação com a Bolsa de Valores e, portanto, sofrem volatilidade similar. Para quem não gosta de volatilidade, a alternativa são as plataformas digitais, por meio das quais os investidores podem adquirir um imóvel ou uma fração de uma propriedade fora do Brasil com apenas alguns cliques e sem sair de casa. Além disso, esses imóveis são administrados por profissionais especializados que fazem a gestão do investimento. Os investidores apenas se ocupam de desfrutar dos benefícios de uma renda mensal com aluguel em dólar e do lucro potencial de capital assim que o imóvel for vendido, em tem que se preocupar com burocracias, inquilino, despesas, imposto e demais atribuições relacionadas a esse tipo de investimento.
ETFs
Outra alternativa são os ETFs, sigla em inglês para Exchange Traded Fund, que pode ser traduzida livremente para fundo negociado em bolsa. Os ETFs são fundos de investimento passivos que replicam índices de ações ou de renda fixa e são negociados por meio do home broker da corretora.
Como acompanham esses índices já prontos, o que dá menos trabalho aos gestores, esses ativos costumam ter uma taxa de administração considerada baixa. Portanto, se apresentam como um instrumento fácil para o investidor diversificar sua carteira, inclusive no exterior.
É possível investir em índices de ações estrangeiras no pregão da B3 por meio das ETFs. As cotas são negociadas no pregão do mesmo jeito que uma ação individual. A diferença é que cada uma dessas cotas representa uma carteira com dezenas de papéis incluídos.
Os ETFs mais tradicionais e negociados na bolsa são os que replicam a composição do Ibovespa. Mas na B3 é possível investir em fundos de índices que replicam o S&P 500, principal referência do mercado acionário norte-americano ou outros índices regionais, chineses ou europeus.
BDR
Os Brazilian Depositary Receipts, os BDRs, são certificados que representam ações emitidas por empresas no exterior, mas negociados no pregão da B3. São valores mobiliários que têm como “lastro” papéis de companhias estrangeiras e, desde setembro de 2020, também brasileiras.
Ou seja, os Brazilian Depositary Receipts são certificados de depósito de valores mobiliários que correspondem a títulos emitidos no Brasil, mas que representam ações de empresas no exterior. Eles permitem investir em ativos estrangeiros sem tirar o capital do Brasil, e podem ser convertidos em ações a qualquer momento.
*Jorge Castellar é especialista em finanças pelo IBEMEC e diretor global de vendas da Bricksave.