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O cardápio de energia elétrica

Há muitas opções para economizar na fatura, mas você sabe como escolher?

Autor: Christian CunhaFonte: 0 autor

Energia elétrica: todo mundo consome, mas pouca gente entende do assunto. Especialmente quando se trata de custos, é muito comum que os clientes se sintam confusos. Afinal, por um lado eles são incomodados por termos técnicos, dificuldade de compreender a fatura de energia (que são, de fato, indecifráveis) e a sensação constante de que os preços não param de subir. E por outro, são bombardeados por diversas ofertas de solução para economizar, mas sem nenhuma ajuda para distinguir qual é a melhor para cada caso.

Pois bem, para melhor esclarecer, vamos separar o cardápio de opções em três seções. A primeira é a eficiência: utilizar o mínimo de energia para cada necessidade, consumir menos. Algumas opções são o uso de lâmpadas LED para iluminação de ambientes, eletrodomésticos eficientes (especialmente refrigeração) que prometem baixo consumo, soluções específicas para aquecimento (placas solares ou gás natural), e sistemas de automação para ligar e desligar equipamentos conforme sua utilização. Comparando com um “menu degustação”, podemos dizer que, se planejando, dá para todos terem um pouco de tudo isso em casa.

Cumprida esta etapa, passamos à compra da energia. Afinal, esse também é um produto que pode custar mais caro em um mercado que no outro - e, no futuro, será possível a todos nós escolher de onde comprá-lo, assim como já fazemos ao escolher nossas operadoras de telefonia celular, por exemplo. Atualmente, contamos com duas possibilidades: uma é a geração distribuída e outra, o mercado livre - que hoje ainda seria como aquela parte caríssima do cardápio, acessível apenas aos clientes mais abonados.

Para saber a quem estão disponíveis, é preciso entender se o cliente está em baixa tensão ou alta tensão. Mas o que é isso? Fácil. O cliente em baixa tensão tem uma conta tipicamente no valor de R$ 8 mil a R$ 10 mil por mês. Na fatura de energia, você vai encontrar em algum lugar a classe “A”, de alta tensão, ou “B”, de baixa tensão.

A solução natural para o cliente “B” é a geração distribuída. Ele pode optar por fazer um painel solar próprio, realizando o investimento na instalação das placas fotovoltaicas (que costuma levar de seis a sete anos para se pagar), ou fazer uma locação de terceiros, obtendo economia entre 10% e 15% na conta de energia.

Para o cliente “A”, com gastos mensais superiores a faixa entre R$ 8 mil e R$ 10 mil (vale dizer que, normalmente, são pessoa jurídica), a solução natural é o mercado livre de energia. Nesse caso, ele tem liberdade para escolher de quem comprar energia, devendo informar à concessionária que deseja obter sua energia de forma independente. No mercado livre, as economias podem ser bem maiores, de 15% a 30%. Na prática, esse consumidor continua sendo atendido pela concessionária da região, que passa a cobrar um valor menor (só o transporte), pois é ela quem investe e administra a rede de postes e cabos na rua.

Nessa modalidade, o cliente pode comprar energia de diversas comercializadoras. E a recomendação é que os contratos tenham pelo menos três anos de duração, com flexibilidade no consumo. Ou seja, se o consumo subir ou cair, será preciso fazer ajustes mês a mês.

Voltando a pensar com otimismo no futuro, existe a expectativa de abertura plena do mercado de energia nos próximos anos, possivelmente entre 2026 e 2028, quando o cliente de baixa tensão também poderá desfrutar dessa terceira seção do cardápio e escolher livremente seu fornecedor. Será então um grande momento de digitalização, personalização, produtos e planos para todos os tamanhos e perfis de consumidor.

*Christian Cunha é CEO da Energizou

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