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Informação confiável: Raridade no mercado

Como se não bastassem os tempos difíceis vividos pela economia, achismos e projeções desencontradas complicam as coisas ainda mais

Autor: Ubiratan LimaFonte: O Autor

A leitura do cenário econômico mundial, com ênfase no cenário brasileiro, está ficando cada vez mais complexa. Muitos agentes de mercado (e outros curiosos de plantão) vêm a público dar notoriedade às suas "impressões econômicas", mas sem qualquer compromisso com a assertividade ou rastreabilidade dos comentários que fazem.

Estamos vivendo uma era na qual os inputs, antes chamados de "informações", na verdade, se prestam a desinformar e tornar tudo mais nebuloso ainda, dificultando cada vez mais a leitura do panorama de risco e crédito.

Hoje, tão importante quanto as informações obtidas no processo do Know Your Customer - KYC - são as fontes destes dados e sua confiabilidade. E este é um ponto muito importante.

Entenda: o tema aqui não é se o seu "fornecedor de informações" é confiável. Vai muito além disso. Cada vez mais precisamos nos certificar de que as fontes destes "fornecedores de informações" são fidedignas. Todos que trabalham no mercado de avaliação de risco e crédito, KYC ou mesmo no Inbound de clientes, sabem o quanto a "indústria da desinformação" impacta na correta avaliação e emissão de um juízo de valor discricionário comprometido.

Se não fosse o bastante, ainda temos as dificuldades impostas temporalmente por movimentos isolados como a greve do Bacen, impedindo a divulgação do Boletim Focus, e pelas incontáveis interpretações distorcidas dos sinais de mercado.

A simples leitura de jornais ou sites especializados pode causar desconforto frente ao nítido antagonismo entre notícias. Na mesma página, podemos ler sobre o aumento do índice da intenção de consumo dos brasileiros apontado pelo CNC, e, ainda, uma nota da FGV dizendo que o cenário econômico da América Latina é o pior desde 2020.

Podemos nos deparar também, lado a lado, com a declaração do FMI em Davos dizendo que a economia global enfrenta seu maior teste desde a Segunda Guerra Mundial e o fechamento das bolsas asiáticas apresentando alguma alta, ainda que discreta.

Não obstante, nos deparamos com projeções do PIB crescendo 1,5% este ano, divulgadas pela equipe econômica, contrastando com expectativas bem mais conservadoras, da ordem de 0,8%, por parte de bancos, (se bem que o Goldman Sachs mandou logo 1,5%!!!).

Com relação à inflação, o governo divulga índices inferiores a 8%, enquanto o mercado tem trabalhado na casa de dois dígitos.

Para completar esse quadro, observamos a iminente chegada da quarta onda do COVID, proliferação da varíola símia pelo mundo e a eventual ocorrência profilática de um novo lockdown.

Níveis de inflação preocupantes e desemprego demorando a cair apontam para um cenário de estagflação e despoupança de longo prazo. A queda do efeito catalisador da renda complementar e substituta como mecanismos de incentivo à retomada econômica.

Enfim, o Brasil nunca foi para amadores. Mas a correta interpretação de informações tem ganhado relevância crescente e maior importância nas organizações. E na sua empresa? Quais as fontes de informações estão sendo utilizadas para o KYC, Compliance, Governança, Risk & Valuation?

Ubiratan Lima: Economista com Especialização em Finanças, Administração Contábil e Financeira, Gestão de Negócios Internacionais, Recuperação Financeira, Crédito e Mitigação de Riscos, Compliance e Estratégias. Também é sócio-diretor da B Capital Group, butique de negócios que facilita, intermedia e presta consultoria nos segmentos financeiro e jurídico para empresas, fundos de investimentos e securitizadoras.

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